Proenza Schouler

Um dos desfiles que mais gostei no NYFW de Inverno foi o da marca Proenza Schouler, que decretou o fim do preto como cor de inverno. Agora colocar cor em dias frios pode ser uma boa pedida. Os grafismos e cores fortes fazem duo com o preto, destacados em uma outra parte do look. E tudo é com ´ão` : laranjão, vermelhão, amarelão para um inverno quente e sem medo.

Lançamento Inverno 2011 Raiz da Terra .

www.raizdaterra.com

As peles, estampados e muitas atitude inspiram o lado mais selvagem e rebelde da estação e misturam-se nos looks mais felinos. Entre a savan e o rock´n´roll.

Novo curinga absoluto do vestuário feminino, a camisa de seda vira o básico da vez e deixa o cotidiano mais elegante num piscar de olhos.

Com calça de alfaiataria, ela comprova seu DNA classudo, adulto e retrô. A silhueta slim e color blocking de cores fluo atualizam a composição, e com saia mídi aposte no decote - sutil ou mais ousado - e deixe um pouco de pele à mostra.

Anna Dello Russo

´É bom porque é horrível: o statement definitivo do camp `. A frase que sintetiza a estética é da pensadora e crítica de arte americana Susan Sontag que viveu entre 1933 e 2004.

Marcas como Miuccia Prada e Marc Jacobs, autores do mais badalados desfiles do verão internacional 2011 beberam dessa fonte. Na Prada, cores fortíssimas, mix de maxilistras, bananas partout e macacos barrocos encheram a passarela de um estravagância que há muito não se via. Na Louiz Vuitton, brilhos, cores, orientalismo, transparência, flores, bichos, franjas, cetim e até glitter, ao mesmo tempo, deixaram os convidados sem fôlego.

O camp, porém, é um perigo e requer cuidados antes de ser adotado. A razão é que ele constrói com objetos estilizados - não kitsch, que é a cópia barata de um estilo - e uma atitude afetada, artificial e teatral que está, a todo vapor, à beira do brega.

A editora de moda da Vogue Japonesa Anna Dello Russo é o simbolo desta tendência, ela colocou um enfeite de cereja na cabeça que mais tinha jeito de joia.

E você, segura ???

Marc Jacobs verão 2011

Agora que os anos 70 voltam a ditar a moda, não surpreende que aconteça também um revival do dress code das pistas do Studio 54: cores vibrantes como vermelho, laranja e roxo, materiais deslizantes com seda pura e cetim estão entre os must have.

Marcas como Marc Jacobs ( em sua própria marca e para a Louis Vuitton), Tom Ford e Gucci apostaram nessa idéia para as coleções verão 2011 e mostraram looks com sobra de tecidos nas mangas e nas saias, permitindo uma graciosa liberdade de movimentos.

Truques de styling: flores gigantes nos cabelos - de preferência frisados.

´Assim como alguns contam

carneirinhos para dormir,

há quem diga que

Carlota contava sapatos `

´Assim como alguns contam carneirinhos para dormir, há quem diga que Carlota contava sapatos. Haja tempo para dormir! Carlota os tinha, sem exagero, em dezenas. Sua nobre mãe, como presente de casamento, lhe dera um par de sapatos para cada dia do ano. O noivo Real não deixou por menos, presenteou-a com uma quantidade inesquecível de sapatos, onde destacavam-se os vermelhos e os de salto alto. Homem sábio este, porque, os estudiosos do assunto juram que a cor vermelha é a cor da sedução. Mas, certamente não levou isto tão a serio, já que os mesmos estudiosos ainda nos lembram que o vermelho é também a cor do poder e da dominação. Carlota com seu instinto aguçado aprendeu desde menina que os sapatos de salto alto e ainda vermelhos, eram muito poderosos.

Como a cor possui uma intensa força de comunicação, a vaidosa Carlota preferia os vermelhos acima de qualquer outra cor e os usava – altos - impedindo que alguém esquecesse quem ela era. Como se fosse possível.Então, o vermelho da Imperatriz do Brasil evidencia sua posição, comanda atitudes, ordena aos que a rodeiam.

Em contraste ao traje da Imperatriz Carlota, as senhoras da Côrte calçavam sapatos brancos; e quase sempre estavam de vestido preto. È possível que este traje estratégico deve-se ao temperamento da Imperatriz.

Como outras peças do indumentário, o sapato se expressa, fala, grita. Tanto ele como o pé comunicam o visível e o não dito. Neste sentido, para alguns, os calçados são o barômetro de uma pessoa, de uma época; para outros, as peças mais sutis do quebra cabeça de um indumentário.`

Os Sapatos de Carlota, crônica sobre a Imperatiraz do Brasil D. Carlota Joaquina de Bourbon .

Iódice, Reinaldo Lourenço e Juliana Jabour

O São Paulo Fashion Week começou no último dia 28/02 trazendo as novidades paulistanas do Inverno 2011 bem diferente da fashion week carioca, que traz sempre uma ar mais descontraido e colorido que a SPFW.

As cores que mais se viu nos desfiles até agora - com algumas exceções - foram o branco e preto e os cabelo sempre presos por rabos ou coquis.

Enfim, uma moda mais chique, com fortes influências europeias e para baixas temperaturas.

Vamos ao resumo de algumas marcas:

* Iódice: fez uma apresentação linda, chic e surpreendente vendo as edições anteriores, vestidos de jérsei drapeados, tanto no comprimento curto quanto nos longos, seus couros em peças como jaquetas, calças e também detalhes nas peças de lã ou jérsei, seus bordados para os vestidos curtos de coquetel e longos de grandes festas também em jérsei negro ou musseline. De novo, os franjados em seda . Decotes? Tomara que caia, ombro só e cava americana. O colorido também se manteve fiel ao preto e branco e bege e mais uma cor forte – que no caso foi o vermelho alaranjado.

* Reinaldo Lourenço: apresentou suas formas sóbrias, mas muito sensuais e sofisticadas, em apenas duas cores: o branco e o preto com apenas um toque de vermelho nas bocas estampadas dos vestidos pela canela da primeira entrada. Não contente com essa entrada de alto nível, ainda ofereceu uma riquíssima releitura da antiga estola, aquela faixa de tecido que as mulheres dos anos 1930 e 40 usavam nos ombros para entrar e sair das festas. Para seu uso nos anos 2011, conseguiu atualizá-la e transformá-la em coletes de smoking ou frentes de belos vestidos de coquetel. A cereja do bolo deste banquete de moda foram os modelos inteiramente bordados de pérolas negras ou brancas num relevo de poá ao mesmo tempo simples e suntuoso.

* Juliana Jabour: Ela tinha avisado que iria mudar a silhueta na sua estreia ao SPFW. E mudou. Agora entraram calças e paletós secos, saias longas e malhas de lã finas que caem molengas sobre o corpo. A cartela de cores vivas, que a estilista explorava até mesmo no inverno também foi contida e a coleção ganhou tons mais densos: preto, cinza, cáqui, vinho e um lurex para iluminar. A mudança no shape foi acertada, a coleção está mais contemporânea (com sobreposições e misturas de materiais leves e pesados) e deve agradar às suas clientes fãs de blogs de streetyle. Promessa de hit: a bolsa-saco de franjas.