Tuesday, January 18, 2011

Segunda coleção de Renata Simon para a Cantão. Desta vez a estilista foi ao núcleo da empresa e trouxe de lá, acertadamente, o melhor dela em vez de tentar inovar e se afastar do repertório conhecido (e desejado) da marca.
Cor, brilho, o jeitinho “easy”, a pitada hippie e étnica voltam a essa coleção jovem feita de muitos vestidos estampados, curtos, montados em camadas; macacões com estampa de tinta respingada lembrando as roupas de pintores; saias longas usadas com camisetas curtas sobre outras mais compridas; calças com amarração de pijama.
Os tecidos eram macios, o colorido suave, mas muito alegre e os paetês que enfeitavam várias peças eram estampados e recortados em formatos de flores ou bichinhos. Renata fez também tricôs esfiapados de lurex e roupas em lã pesada misturadas a malhas leves e tecidos de algodão. Uma coleção simpática que agradou ao publico e vai certamente agradar aos seus clientes.

Coca-Cola Clothing


A Redley é uma marca feita de ciclos que fazem evoluir sua imagem. Os mais marcantes são os de Maxime Perelmuter e mais recente, do alemão Juergen Oeltjenbruns - este, saído em janeiro de 2010, botou a moda da casa carioca (pelo menos no quesito passarela) em um caminho mais urbano e com um certo fetiche pela pesquisa de materiais.Neste inverno, a grife inicia uma nova fase, nas mãos do nova-iorquino Sandy Dalal. Ele, que diz não acreditar em um lifestyle carioca per se - mas mudado pela globalização das últimas décadas - ainda não assina esta coleção (feita pela equipe de estilo, mas editada por Sandy), mas já começa a mostrar sua marca. E leva a Redley (repetindo, pelo menos no quesito passarela) para o lado estético dos belgas.O urbanismo continua por ali, cada vez mais sóbrio, na coleção baseada em malhas pretas e brancas, cinzas e listradas, fininhas ou em rede. E com ele, o time constrói uma exercício de moda easy e confortável, de sobreposições e panejamentos, recortes e assimetrias.

Rique continua no caminho da evolução da sua alfaiataria street, agora com inspiração em um viajante idealizado. Mas não tira da bagagem as suas marcas registradas, as estampas e a silhueta solta folgada, bem confortável.O desfile começa surpreendentemente (para quem curte uma cor como ele) monocromático e sóbrio, quase minimalista - cinza com cinza, pretos e xadrezes. Até a estamparia é leve e delicada, em tons lavados. As cores aparecem mais para a frente, em uma série de padronagens étnicas (comunicando-se com o masculino da British Colony).Nesse meio tempo, Rique oferece uma boa série de calças - retas ou mais dégagé - em sarja, flanela e lã, usados com um tênis baixo desenvolvido com a Converse. Mas o foco está na parte de cima, com variedade de tricôs e casacos bacanas para o frio: paletós, jaquetas e parkas, que são construídos com patch de materiais (matelassê com xadrez, lã com couro etc) e também se aproveitam da bela aplicação étnica.

Camila e Bianca Bastos, donas da marca,definitivamente gostam de volumes e de texturas. Até aí, tudo bem. Nós também gostamos. Mas elas gostam mais do que todo mundo, a ponto de perder o controle como aconteceu no verão passado ou de ainda exagerar na dose como aconteceu neste inverno 2011.A modelagem se perde no meio de sobreposiões, de misturas, de texturas diferentes de tecido e de estampas, de amarrações; fica-se sem saber se existe, no meio daquilo tudo, uma modelagem muito elaborada ou se são apenas panos cortados amarrados uns aos outros por nós ou repuxos. Cetins, algodões,moletons, couro,sedas e sarjas envelhecidos ou em estampas de rabiscos compunham a coleção que apresentava calças muito justinhas e tops bem soltos e amplos com golas torcidas ou grandes capuzes e muitos macacões, vestidos longos, saias curtas e shortinhos.Acreditamos até que, pelo sucesso comercial da marca, estas roupas adquiram um outro ângulo e fôlego quando penduradas, isoladamente ou menos sobrepostas e emboladas nas araras das lojas. Elas devem crescer se tiverem espaço e oxigenio para respirar.

New Order é a marca de acessórios do grupo Osklen, que tem em Juliana Suassuna a coordenadora de estilo e em Marianna Arnizaut, a estilista desta divisão. Pois estão todas de parabéns porque a coleção é muito boa. Partindo de dois temas altamente opostos, ballet e militarismo, a New Order criou lindas mochilas de todos os tamanhos, bolsas e bolsinhas em tons de verde, rosa, estampas militares, náilons opacos e acetinados. Para os pés femininos, sapatilhas e botinhas de ponta quadrada como as de ballet, botas franzidas, sapatos amarrados e sandálias nos tons de marrom, verde musgo e glitter dourado. Todos os acessórios vinham acompanhando roupas também inspiradas na dança e nos treinamentos militares com belas estampas de camuflagem e os obrigatórios tons de verde dos uniformes. Rendas, tules, náilons e brins compunham a cartela de tecidos. A pergunta que ficou no ar era: estas roupas (lindas) estarão em venda em alguma das lojas Osklen ou New Order? Teriam muitos clientes com toda a certeza; os mesmos aliás, que irão correndo comprar os ótimos acessórios que a marca mostrou.

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